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19 de novembro de 2009

Give Me Attention!



Elacções deste périplo que foi a qualificação para o Mundial:

Estamos fudidos.

É a frase-chave que me veio à cabeça depois de acabar de ver o França-Irlanda.

Com uma qualificação a roçar o ridículo, a nossa Selecção das Quinas lá conseguiu bater a Bósnia e apurar-se para o Mundial do ano que vem na África do Sul, provando a todos que afinal somos os melhores do Mundo. Afinal, vamos ao Mundial não é? Bem, para o mais comum dos portugueses ou seja, para aquele que não sabe em que mundo vive, talvez sejamos os melhors do Mundo, mas aqui para o dono deste tasco, as coisas não são bem assim. Se somos os melhores do mundo a bater recordes mais-que-estúpidos do Guiness? Claro que sim! E a jogar à bolinha? Epa...nem tanto.

Estivemos muito perto de não sentir o calor da savana africana por várias vezes ao longo desta qualificação, com muitos dramas, jogos que mais pareciam que estava a ver o Sporting, jogadores a rodarem em fases críticas e um seleccionador nacional que a dar ânimo a crianças do IPO, era bem capaz de fazer com que elas se suicidassem. Estes dois últimos jogos serviram como confirmação de que temos um grupo de bons / médios jogadores que ainda não aprenderam a jogar como um equipa e que ainda não têm a capacidade tática de misturarem o seu jogo, salvo algumas excepções como o Pepe e o Raúl Meireles. Mas se os jogadores não sabem, é porque alguém não lhes ensinou correctamente. Carlos Queiroz conseguiu transformar a nossa Selecção numa espécie de Sporting onde tudo é prevísivel e onde contamos com um rasgo de genialidade dos nossos jogadores para marcarmos golos. Ora, isto até funcionava se eles estivessem a jogar de acordo com o que é esperado deles, tendo em conta os clubes onde actuam e os ordenados s e exposição mediática que recebem.

Cristiano Ronaldo, nem um golo marcou, "o minino de ouro"; Simão, sempre presente mas sempre inconstante; Nani, desiquilibra mas sempre inconstante; Deco, alguém sabe onde é que ele anda? É que no campo não está; Tiago, não comento; Duda, não comento; Paulo Ferreira, não comento; Ricardo Carvalho e Bruno Alves, convinha que os outros jogadores não marcassem tantos golos de cabeça; Liedson, o salvador que ainda está em Álcacer-Quibir;Eduardo, alguém que separe o cordão que o une ao Ricardo; Hugo Almeida, não é um Peter Crouch; Edinho, não comento.

Avaliando individualmente estes jogadores, eu entendo porque é que a uma determinada altura Queiróz procurou outras soluções como Pedro Mendes ou João Moutinho e recentemente Fábio Coentrão. Jogadores que estão a dar nas vistas no seus clubes, que sabem jogar bem, que podem dar um ânimo à selecção e que podem jogar um jogo e voltar para casa. Queiróz foi rodando jogadores como as meninas do Elefante Branco rodam no varão. Claro que a uma determinada altura ninguém sabe que Selecção é esta.

Durante todo este processo, juntam-se derrotas sucessivas e empates com selecções que à quatro ou cinco anos nem fariam mossa no campo, tal era a qualidade de jogo e convicção que tínhamos. Conseguimos deixar tudo pendente para o último jogo que verdade seja dita, bem podia ter ido para qualquer um dos lados, basta recordar as duas bolas no poste de Eduardo aquando do jogo na Luz (Esse era o verdadeiro 3º segredo de Fátima.). Neste último jogo, que mais parecia que era algo ali para os lados de Sacavém, voltámos a jogar medianamente com um golo marcado por Raúl Meireles, depois de já ter falhado uma ocasião soberana. O rapaz redimiu-se. Até ao fim foi sofrer como bom português, ao mesmo tempo que se chamava nomes ao Edinho e ao Nani por falharem golos escandalosos.

O que mais me preocupa é que se com selecções mais acessíveis, nós fizemos figura de parvos, o que vai acontecer quando apanharmos uma Espanha, uma Argentina, uma Nigéria ou até mesmo uma Grécia? Vamos jogar ao mesmo nível que agora? Se não querem ser agredidos quando voltarem a Portugal, espero bem que não. Podemos perder, mas fazer má figura, isso não. Perdemos com honra e espírito.

Assim sendo, vamos lá à Àfrica do Sul ver como é que estão as coisas. Dia 4 de Dezembro sabemos quem vão ser os nossos adversários. A partir daí, começamos a chorar e voltamos a ser uma merda, ou então, começamos a chorar e..... olha que se foda.



Fica ainda a nota para o escandâlo que foi o apuramento da França, ontem, no Stade de France.
Incrível como uma falta destas, nos minutos finais de um apuramento para um Mundial, passa incólume.
Digo incrível, porque espantoso não é, já que a França tinha de ir ao Mundial como é óbvio.
É nestas alturas em que penso que se fosse treinador de uma equipa nacional, tivesse 70 anos e um currículo cheio, partia para uma entrada a pés juntos no árbitro que nem Jorge Costa nos anos 90. Não ia ao Mundial, mas ia com um sorriso à Joker para casa.


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