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15 de julho de 2009

Alive! - Day 3

Depois de dois dias extremamente cansativos, chegar a este último dia do festival tornou-se numa árdua tarefa. Sem quase sentir as pernas e pés, o grande objectivo era, como é óbvio, ver Dave Matthews Band. Quase tudo o resto era acessório. Eu escrevi quase.

No espírito da tradição, vou logo para o palco secundário ver X-Wife, que segundo o Zé Pedro dos Xutos são a melhor banda portuguesa hoje em dia. Se é verdade ou não, tenho as minhas dúvidas mas o que sei é que dão um bom espectáculo com Dj Kitten à frente das hostes. Acho mais interessante ao vivo que em cd que ao fim de três músicas me parece algo repetitivo. Em palco a perspectiva é outra. Muito consistentes no som, conseguiram criar uma moldura humana que não interagiu o suficiente apesar dos pedidos do vocalista. Outra vez, um mau casting a nível de horários. Bem que podiam ter tocado um pouco mais tarde.

Logo a seguir, vieram os A Silent Film, nova banda coqueluche das rádios portuguesas devido ao single "You Will Leave a Mark". O que há para dizer? Se é giro? Sim... Se pagava para ir ver um concerto deles? Não. Fazem lembrar os Air Traffic, a nível de sonoridade, mas um pouco mais catchy, mais à Coldplay (o piano está muito na moda hoje em dia). Claro que o single conseguiu pôr toda a gente a cantar, mas a verdade é que foi mais um banda que provavelmente daqui a uns meses ninguém se vai lembrar de referir que tocaram no Alive.

No palco principal, tocava já Ayo, senhora do reaggae conhecida por ser namorada de Patrice e fazer lembrar a Lauryn Hill. Esta foi uma boa escolha para um palco principal porque no último dia já ninguém estava com estofo para andar aos pulos toda a tarde e deu para ver o concerto sentado enquanto se bebia umas imperiais.

De seguida, fui espreitar Los Campesinos!, banda da qual não sou muito fã... Pareceu-me engraçado para quem gosta, isto tendo em conta que a tenda estava a abarrotar, mas lá está a mim não me diz nada. Acho as vozes irritantes tal como no cd e a mistura de sons é demasiado confusa, também devido ao pouco cuidado que houve nesta palco com a qualidade de som. Já ouvi gente qu me disse que gostou muito e outras que não portanto deixo à vossa decisão.

É hora de começar a aproximar do palco principal e furar para ver os senhores da DMB. Claro que até lá tenho de gramar com Chris Cornell e Black Eyed Peas. Nem um nem o outro me estusiasmou o dedo do pé. Cornell toca músicas dos Audioslave, Soundgarden e Temple of The Dog (ok, aqui foi bom) como se fosse o dono das bandas mas a verdade é que cada uma delas era composta por diferentes pessoas que criavam uma imagem e não eram só as letras que chamavam a atenção do público. Por isso mesmo senti que o concerto foi mais uma jam session de uma banda de covers tirando as músicas merdosas do novo cd produzido pelo Timbaland. Já os Black Eyed Peas debitaram todos os singles que têm e algumas músicas dos novo cd que mais parece o novo de Madonna, música de dança com beats e samples que já ouvimos em bandas suecas dos anos 90. Tenho um certo ódio de estimação a estes tipos e à senhora porque tudo me parece demasiado fabricado, demasiado nha nha nha. O que vale é que vi dois pernões brutais enquanto tentava fazer com que o meu pescoço se mexe-se um pouco para não parecer mal.

Acabado o suplício, veio o que eu esperava já à três dias. Os senhores da Dave Matthews Band sabem dar um concerto, ou melhor, um concertão. Quase três horas a tocar não é para todos, boys and girls. Eles sabem o que tocar, como tocar e de que maneira. Acompanhados por Tim Reynolds (da outra vez ele não foi ao Pavilhão Atlântico), Carter Beauford e Dave Matthes dão um show brutal, um na bateria e outro a cantar e a dançar como se tivesse um estilo fixe de epilepsia. Tocaram as músicas mais conhecidas e indispensáveis como "#41", "Crash into me", "Tripping Billies" mas também algumas das melhores do novo cd "Big Whiskey and The Groogrux King", não esquecendo a cover de Jimi Hendrix de "All Along the Watchtower", um som filha da mãe. Estes sim são músicas que tocam os instrumentos com uma precisão brilhante e que apesar da mistura de estilos conseguem criar uma legião de fãs bem mais efusiva que dos Metallica. No fim, estive quase para apanhar uma bagueta atirada por Beauford mas um gordo/urso apanhou-a primeiro... Fucker.

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