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10 de julho de 2009

Alive! - Day 1

Bem, ontem foi o primeiro dia de Alive, debaixo de calor abrasador durante o dia e de um frio manhoso já à noite.

Como já tinha referido, o dia de ontem não me atraía para o palco principal, dexando espaço para ir vasculhar as bandas do palco Super Bock, com especial destaque para Klaxons, que claro, era a banda que queria mesmo ver depois de ter assistido ao concerto deles para os lados de Sacavém no Super Bock Super Rock.

Apesar dos nomes fortes do palco principal, que para mim se cingiam a Mastodon, Slipknot e Metallica, só assisti a meio concerto dos senhores de Iowa, que como sempre conseguem criar uma empatia especial com o público e levar a malta aos píncaros com a voz de Corey Taylor a dar o mote enquanto Joey Jordison "brinca" com a bateria. Independentemente de quem gosta ou não, Slipknot é sempre um bom concerto e cenicamente, estão bastante melhores com mais interactividade e criatividade. Quanto a Metallica, vi 4/5 músicas. Sei que vai parecer pouco modesto, mas não me trouxeram nada de novo... Já os vi todas as vezes que vieram a Portugal, tirando no Rock in Rio, portanto não ouvi nada que não conhecesse, até mesmo as frases chave de Hetfield ( "Are you alive?" ). Não digo que não seja um bom concerto, mas lá está, prefiro ver coisas novas e que não vêm a Portugal tantas vezes como isso.

Assim sendo, desloquei-me imediatamente para o palco mais escondido, mesmo nos recantos do Alive, onde tocavam já Os Golpes, irmãos mais novos dos Heróis do Mar e primos dos Xutos e Pontapés com parentesco estrangeiro dos Editors. Ainda não conheço muito bem tal como muita gente que andava por ali a descobrir quem são estes senhores ligados aos elementos da editora Flor/Caveira, dos Pontos Negros, Samul Úria e afins. Foi um concerto alegre, metodicamente perfeito para a hora que era (17h), mas muito bem conseguido. Eles bem disseram que tinha 40min portanto era para aproveitar ao máximo, e assim fizeram. Foi um bom arranque para o palco SB, com voz e sentimento português.

Depois, fui para o terceiro palco, mais pequeno, pessimamente colocado entre os outros dois o que quer dizer que leva com som dos dois lados e torna-se complicado distinguir o que é o quê.
Estava entusiasmado para ver Mazgani, o cantautor iraniano a viver em Portugal e que o ano passado lançou o álbum " Sons for The New Heart ", um dos melhores diga-se. Acompanhado por uma trupe que incluia percurssão, violoncelo e os dedos preciosos de Pedro Gonçalves (metade dos Dead Combo), o rapaz bem se esforçou por dar um concerto atractivo, misturando os blues e pop rock, presentes no seu recente trabalho. O problema é que não só era difícil conseguir agarrar o público com tanto som no meio, como tocar blues às 18:30h num dia de Metallica não é propriamente fácil de encaixar. Claro que rapidamente a malta se fartou e foram ver o que pairava noutros sítios. Talvez tivesse sido mais inteligente tocar músicas do outro álbum com bateria para ver se dava mais ânimo à coisa.

Voltando ao palco SB, estava já a tocar os Delphic, depois dos Silversun Pickups, que não me conseguiram agarrar nem por 5 min. Não dá para mim todo aquele rock ligeiramente gótico com uma voz esganiçada. Maybe in another life.

Os Delphic deram um concerto engraçado, com a sua sonoridade eletrónica misturada com guitarras pop. Talvez um pouco ao estilo de Klaxons, mas estavam a ser capazes de agarrar o público o que é de valor, tendo em conta que eram praticamentes desconhecidos da malta e que só recentemente editaram o seu primeiro trabalho. Tudo muito com um ar clean mas catchy. Daqui a um ano, estão mais na berra e aí conseguem atrair mais gente.

Depois vieram os Air Traffic, os meninos que fazem a banda sonora do anúncio da SuperBock, com a música "No More Running Away". Com uma sonoridade claramente pop rock, a roçar uns Coldplay ou uns Keanne, eram a banda mais comercial deste dia, portanto foi normal ver tanta gente a assistir. É de destacar o poder do baixo que mais fazia lembrar uma arma de destruição maciça, completamente distorcido. Claro que o ponto alto foi mesmo "No More Running Away" com toda a gente a cantar ao ritmo da percurssão. Valeu a pena para acalmar para os senhores que viriam a seguir, os Tv On The Radio.

Esta seria a maior enchente do dia no palco SB, com a tenda praticamente compacta. Não estive a ver com muita atenção porque já os tinha visto no Superbock SuperRock e então ia apanhando algumas coisas enquanto comia algo lá ao pé. Pelo que ouvi, o concerto foi melhor que no SBSR, já que a banda está mais extrovertida e mais interactiva. Associando isso ao facto de que as músicas deles são feitas para serem tocados ao vivo, bem vi toda a gente aos pulos e alguns a daram pézinhos de dança.

Enquanto não tocavam os Klaxons, aproveitei para ir ao palco principal ver Slipknot. Como já referi em cima, mesmo para quem não gosta eles dão um concertão. São uma das bandas mais apreciadas em Portugal dentro do estilo e não desiludirem. Sempre a abrir, com muita interacção e fucks pelo meio, Corey Taylor consegue puxar pelo público como poucos e ser retribuído na mesma moeda. Para mim levam o prémio de melhor concerto no palco principal.

A meio do set deles, estava na hora de zarpar para ir ver Klaxons. Apesar de ainda não terem lançado um novo álbum, continuam a conseguir levar muita gente a vê-los com o seu som eletrónico-rock e letras indecifráveis. Primos distantes dos MGMT, todas as músicas são tocadas com uma perfeição tremenda começando logo a abrir com "Atlantis to Interzone" que pôs toda a gente a dançar como se estivessemos na tenda Lux-às-3h-da-matina. Tocaram todos os grandes hits de "Myths of a Near Future" como Magick ou Golden Skans com o seu uuuuuhhhh uuuuhh uuh uuh. Foi curioso ver como praticamente todas as outras bandas estavam ao lado do palco a curtirem que nem malucos como se eles fossem a melhor banda do mundo. Valeu bastante a pena, é o que vos tenho a dizer. Só tenho pena que na altura em que o set ia a meio já se previa a chegada dos Metallica ao palco principal o que levou a uma debandanda de grande parte do público como seria de esperar. Mesmo assim, foi um concerto ao rubro.

Como vi pouco de Metallica, não vou repetir o que disse em cima.

E com muita pena minha, não vi Crystal Castles mas já me disseram que foi do camandro e que terá sido o melhor concerto do dia no palco SB. Quem entra às 6h da matina, não se pode dar ao luxo de se deitar tarde...

Bem, a receita para hoje é mais música.

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