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1 de novembro de 2009

Dancing With The Wolf.


Acordo hoje e ligo a televisão para ver as notícias. Dizem que o António Sérgio faleceu hoje, vitíma de um ataque cardíaco aos 59 anos e páro de comer. Fico a olhar para a televisão a pensar como é que é possível. Ainda ontem o ouvi na Radar no "Viriato 25". Durante uns minutos permaneço estático a pensar. Um dos meus ídolos foi-se embora. Eu, que trabalho em rádio, sempre considerei o António Sérgio não como o "Mestre" ou o "John Peel" português, mas sim como um inovador da rádio. O verdadeiro profissional, o último rebelde radiofónico.
Não sei se fiquei triste. Acho que me senti aliviado. Aliviado porque o António Sérgio sempre fez o que quis da vida. Trabalho com a sua "primeira-dama", a rádio, transformou-a, deu-lhe forma e conteúdo e soube levar a sua para a frente, mesmo quando todos achavam que ele já não era importante. A sua vida foi a rádio e a rádio é o que é hoje, em grande parte, graças a ele.
Assim, senti-me aliviado porque apesar de não estar cá mais a dar-nos o prazer de ouvir a sua voz, sei que se foi embora com a certeza de que nada lhe faltou. E isso é único.

António Sérgio - 1950/ 2009

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