In Expresso:
PSD desiludido com Santana
"Desastre Total!".
A mensagem circulou, sob a forma de mail, entre deputados do PSD e jornalistas. O primeiro duelo Santana/Sócrates deprimiu os sociais-democratas.
Mal Santana Lopes terminou o seu anunciado duelo com José Sócrates, começou a troca de mails entre deputados do PSD, alguns deles extensíveis a jornalistas, dando conta da frustração com que assistiram ao primeiro embate público entre o actual e o ex-primeiro-ministro, agora regressado às lides no papel de líder parlamentar do PSD.
"Desastre total!", lia-se na mensagem posta a circular entre deputados do PSD e jornalistas, e os comentários espalhados pelos corredores não eram muito diferentes. Apoiantes e críticos de Santana não disfarçavam o desencanto pela forma como correra esta sua primeira intervenção. O ex-primeiro-ministro era acusado de não ter sabido gerir o tempo, não ter dominado a técnica parlamentar, e ter-se deixado arrastar por José Sócrates para um revisitar do passado, sem ter, sequer, sabido defender-se à altura dos ferozes ataques do primeiro-ministro.
Os setenta por cento de votos com que foi eleito líder da bancada há apenas 15 dias justificarão a indisponibilidade da maioria dos deputados para assumirem as críticas que proliferaram em surdina pelos bastidores do debate, mas o clima na bancada foi de notório desânimo.
Santana não conseguiu disfarçar a sua inexperiência das técnicas de intervenção no Parlamento e quando se começou a debruçar no tema do debate - as questões orçamentais - preparando-se para questionar duramente o primeiro-ministro sobre os graves problemas fiscais que penalizam a classe média, já Jaime Gama lhe pedia que acabasse. O seu tempo tinha chegado ao fim.
Para trás ficava uma frouxa intervenção do ex-primeiro-ministro que, depois de dizer não querer falar do passado, acabou por quase só falar dele. Com evidente nervosismo e sem conseguir tirar partido da comparação que ainda tentou fazer entre os números do crescimento económico registado á sua época e os números do crescimento actual. Sócrates foi "killer" no pano de fundo que definiu para a discussão: "o seu regresso faz rever um passado triste a que os portugueses não querem voltar".
E Santana revelou-se mal preparado para uma tarefa que se sabia à partida ser de um grau de dificuldade similar ao da ressurreição.
Paulo Portas não desperdiçou a oportunidade: "prometeram-nos um duelo, afinal tivemos o Canal Memória". E uma má memória ... pelo que se viu pelos corredores do PSD.
7 de novembro de 2007
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1 Ah e tal...:
Sinceramente não sei de quem será a má memória...
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