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11 de outubro de 2007

Sonhar acordado.



«Dreams in Colour», David Fonseca


Pedro Figueiredo


Ao terceiro de originais a solo, a música de David Fonseca ganha uma luminosidade até aqui raras vezes demonstrada. «Dreams in Colour» é o melhor disco da carreira a solo do ex-Silence 4. É o mais sabiamente condensado. É, acima de tudo, o mais sólido naipe de canções do músico até à data.

David Fonseca registou dois discos de estúdio com os Silence 4, tendo a banda de Leiria finado actividades quando se aprestavam, na teoria, para voos maiores em termos criativos. O clássico não há duas sem três, como se diz na gíria, não se verificou neste caso.


A solo, 2007 vê «Dreams in Colour» representar o terceiro tomo do músico. A insistência no número três é intencional: com efeito, tal como nos Silence 4, também os dois primeiros registos do músico deixavam óbvias pistas meritórias mas não soavam, no seu todo, a tudo aquilo a que deviam soar. «Dreams in Colour» sim. É mais inteligentemente ligado, fresco, vivo.


Se o assobio de «Superstars» - primeiro single da novidade - não deixou ninguém indiferente, a verdade é que não faltam momentos em «Dreams in Colour» a pedir recordação eterna: exemplos primeiros para a imensamente feliz adaptação de «Rocketman», de Elton John, ou a europop descomprometida e viciante de «Silent Void», por exemplo.


«Dreams in Colour» irradia luz. É o disco matinal de David Fonseca, do primeiro sol do dia a entrar pela janela, do despertar para uma nova aventura. «Dreams in Colour» é David Fonseca sem fantasmas visíveis, e com um cada vez maior apuro na escrita.

Um dos grandes momentos da música nacional em 2007

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