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18 de outubro de 2007

Aeroportos.

Gosto de ir ao aeroporto, às chegadas, e ficar a ver as pessoas que olham para os ecrãns de vôos, ansiosas por terem informações sobre os amigos ou familiares que estão para chegar.
Percebe-se que nesse momento estão a ser verdadeiras. Estão a sentir exactamente o que demonstram: amizade, necessidade, vontade, amor, ansiedade, preocupação. Não conseguem fingir sentir algo que não está dentro do seu sistema. É mais forte que qualquer um de nós, sentir, as emoções que nos percorrem o corpo. Até para quê noa valia fingir? Tudo volta à ribalta assim que vemos a pessoa por quem esperamos. Tornamo-nos o expoente máximo do sentimento humano. Só estamos lá por uma única razão.
É engraçado o modo como cada um reage. Ou efusivamente, a correr pelo hall em direcção àquela ou à outra pessoa, ou calmamente, com um sorriso penetrante nos lábios. A verdade é que largamos as amarras sociais e lançamo-nos aos sentimentos que nos controlam. Não há máscaras nem auto controlo. Também para quê? Se estamos felizes, porque não demonstrá-lo da melhor maneira?
Vivemos fechados em quadrados sociais do " não toca, não sente, não mostra " que por vezes nos esquecemos de nós. Do modo como vivemos e como queremos viver. Não temos de ser espelhos uns dos outros. Precisamos de viver de acordo com os nossos valores.
Precisamos de ir ao aeroporto mais vezes e levar esses sentimentos para casa.
Tenho a certeza que seremos mais felizes.
Afinal, a vida não é mais que um aeroporto. Não sei é se de chegada ou partida. Logo se verá.

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