Pages

3 de agosto de 2007

Paixão Eterna


Revi este filme ontem à noite.
Para mim, é o melhor filme de 2006.
Não é daqueles filmes que se gosta um pouco ou que é interessante. Ou se gosta ou se odeia.
Não existe meio termo. A estrutura completamente irregular e as sequências narrativas sem orientação são tendencialmente confusas e levam o espectador a não atingir a potencialidade do filme. Mas no fundo, é aí que está a beleza. Não é necessário ter um filme com ideias pré-racionalizadas para o espectador perceber ou ter uma sequência de imagens que não contêm mistério, para se verificar que o valor de excepcionalidade está presente.
O Amor, a Vida, a Morte são os temas retratados em todos os momentos.
Certas frases são como punhais que vão directamente para o coração e com os quais nos conseguimos relacionar. Quem é que nunca teve aquele amor, seja por que for, que fosse forte demais para deixar ir? Tudo tem o seu fim. Mas e se não fosse assim? E se o Amor fosse a chave para impedir que a Morte leva-se tudo? "A Morte não passa de uma doença", diz Tom Creo.
A ideia de três tempos distintos, ligados entre si pelas personagens, é um factor chave do filme.
A dedicação de um Conquistador para com a sua Rainha, o amor incondicional de Tom por Izzy, a esperança de um Navegador em proteger a Fonte da vida para depois renascer. São estes os planos que se cruzam e interligam, confundido inicialmente quem vê o filme. Considero que a ideia que o filme transmite é até bem simples, só que o modo como está filmado, torna o filme numa peça cinematográfica de luxo. As imagens de Tom no futuro dentro da bolha estão perfeitas, ainda por cima tendo em conta que as luzes foram gravadas dum prato de Petri com mistura de quimicos com elementos básicos.
Associado ao valor visual temos a banda sonora. É perfeita. Anda sempre comigo no carro. Criada por Clint Mansell, juntamente com o quarteto Kronos e a banda escocesa Mogwai, dá uma outra vivacidade ao filme atingindo o apogeu quando Teo alcança Xibalba. Não como evitar o choque frontal que levamos nesse momento.
Mesmo quem não tem curiosidade em ver o filme ou viu, e não apreciou, sugiro que vejam e com calma tentem desconstrui-lo. Verão que é fácil.
Deixo-vos com uma das principais cenas do filme. É sem dúvida alguma, o melhor papel que Hugh Jackman representou, e no momento 4:50min que se vê a qualidade deste actor. A cena é pesada e retratada na perfeição.


0 Ah e tal...: